O Projeto “Um novo olhar sobre o patrimônio cultural da cidade de Manaus” realizará atividades de Educação Patrimonial tendo como foco o Patrimônio Edificado do Centro Histórico de Manaus, sendo executado por meio de parceria entre organizações públicas que atuam nessa área.
A atividade fomentará novos olhares sobre o patrimônio cultural edificado, mas também o debate em torno da preservação e valorização desses espaços e o papel das instituições públicas e da sociedade nesse processo. O objetivo é, portanto, originar ações que articulem agentes e organizações que já trabalham com a temática patrimonial, ampliando a capilaridade e o alcance das políticas e ações institucionais existentes. O Projeto é composto pelas seguintes ações:
Oficinas de restauro digital
A serem realizadas com vinte alunos da Escola Pública Estadual Eunice Serrano, ministradas pelo profissional de Design Digital Marcus Pessoa. A partir de fotografias de edificações da área tombada do Centro Histórico de Manaus, os alunos promoverão intervenções digitais nesses monumentos ao tempo em que adquirem técnicas de design digital e debatem conceitos da teoria do restauro.
Ciclo de Debates
Um Ciclo com 3 palestras e 1 debate sobre a temática do Patrimônio Cultural edificado da cidade de Manaus ministrados por profissionais que atuam ou pesquisam nessa área. As palestras serão abertas ao público em geral e nelas serão apresentados os resultados parciais das oficinas de restauro digital com os alunos da Escola Estadual Eunice Serrano. O Ciclo de Debates acontecerá no Mini Auditório da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, 4º andar, na Av. Leonardo Malcher, 1720, Centro, Manaus, sempre a partir das 16h.
Pretende-se que, a partir dessa iniciativa, as ações e políticas públicas voltadas para a cidade de Manaus, possam sempre ter como foco a parceria entre grupos, organizações e instituições e o atendimento às demandas da sociedade – a verdadeira responsável pela utilização e transformação desse patrimônio. É com essa perspectiva que a Superintendência do IPHAN no Amazonas, a Fundação MANAUSCULT, o Ponto de Cultura Casarão de Ideias e a Coordenação do Curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas são parceiros na realização do Projeto “Um novo olhar sobre o patrimônio cultural da cidade de Manaus”.
Dia 19 de novembro
Debate: Turismo e Patrimônio Cultural: a interpretação do patrimônio cultural de Manaus sob o olhar do turismo
Susy Rodrigues Simonetti e Márcia Raquel Cavalcante Guimarães
O objetivo do debate é ampliar o conhecimento dos participantes, fazendo-os lançar um novo olhar sobre a temática que envolve o turismo e o patrimônio cultural, na perspectiva de se construir um turismo sustentável.
Profa. Susy Rodrigues Simonetti Possui graduação em Turismo pelo Instituto Manauara de Ensino Superior (2000), mestrado e doutorado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Atualmente é professora assistente da Universidade do Estado do Amazonas – UEA.
Profa. Márcia Raquel Cavalcante Guimarães é turismóloga, Mestre em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI, possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas-FGV (2002-2003) e Graduação em Turismo pelo Centro Universitário Nilton Lins (1997-2001) . É professora assistente do Curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Atualmente, é presidente do Conselho Estadual das Entidades do Turismo da Confederação Nacional de Turismo- CNTur.
Dia 26 de novembro
Palestra: Conhecer e reconhecer – identidade, patrimônio cultural e cidadania em Manaus
Ana Lucia Nascentes da Silva Abrahim
Existem muitas iniciativas de educação para o patrimônio, no Brasil e fora, que acompanham e alicerçam as ações de preservação nas cidades, grandes ou pequenas. Uma vez que a cidade é dinâmica e que a história é processual, não possui forma acabada e definida, a educação patrimonial é uma ação permanente que busca passar e atualizar os significados desse patrimônio à medida que as necessidades humanas reivindicam novas texturas, contextos e abordagens que valorizem o seu momento presente. Preservar é manter o diálogo constante com o tempo e as gerações pretéritas, buscando compreender as contradições do presente envidando perspectivas para o futuro.
Os mais jovens ao conhecerem o patrimônio local se reconhecem enquanto cidadãos e indivíduos de uma sociedade reafirmando, com isto, a sua identidade. Os mais velhos, ao reconhecerem o patrimônio, reavivam sua memória configurando um novo sentido ao espaço. Este jogo de memórias potencializa o presente reconectando o cidadão à cidade através da paisagem de um Centro Histórico revitalizado.
Ana Lúcia é Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (1976) e possui mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (2003). Atualmente é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nilton Lins, em Manaus,, e membro do Grupo de Pesquisa do CNPq Educação, Saúde e Sustentabilidade na Amazônia. É também arquiteta do quadro permanente da Prefeitura de Manaus, atuando na Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos como coordenadora da Assessoria de Projetos.
Dia 02 de dezembro
Palestra: Crescimento Urbano e Preservação do Patrimônio Histórico – O programa PAC Cidades Históricas em Manaus
Almir de Oliveira
Está em curso, na cidade de Manaus, a implantação do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas, um programa de financiamento destinado exclusivamente a 44 sítios históricos urbanos protegidos como patrimônios culturais nacionais pelo Iphan.
Em um momento em que o patrimônio urbano das cidades brasileiras passa por profundas transformações, seja material, seja de formas ou de intensidades de uso ou de apropriação, a implantação do PAC se apresenta como um dos maiores desafios já experimentados pela política de preservação no país.
Através de parcerias entre as esferas do poder, o objetivo do PAC na cidade de Manaus será promover intervenções que dialoguem com o passado e com o presente desses lugares, concebendo projetos de conservação que estejam associados a políticas mais amplas de desenvolvimento social, em especial em sua dimensão urbana.
Almir de Oliveira é formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília e tem experiência na área de Artes, com ênfase em arquitetura e urbanismo. Possui especialização em Antropologia na Amazônia e mestrado em Sociedade e Cultura tendo como objeto de pesquisa as Casas Tradicionais dos povos de língua Tukano e Aruak no Noroeste Amazônico. Foi coordenador do Programa Monumenta em Manaus entre 2003 e 2004 e, atualmente, é Superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Amazonas.
Dia 10 de dezembro
Palestra: Lugares que o dia não me deixa ver
João Fernandes
As características do lugar como objeto do conhecido e do reconhecível trava uma possibilidade de comunidade íntima – lugares familiares – e as suas relações com os seus contextos materiais e imateriais. O passado histórico revelado nos espaços físicos sustenta também o anterior e, assim, amplia o olhar, porque determina um conjunto com referências sócio-políticas.
E dessa maneira a cidade muda, como muda a vida e seus pontos de vista urbanos se transformam sob os efeitos da imaginação e da vida diária. Assim como a cidade rompe as suas fronteiras e o urbano cresce sobre a cidade afetando-a de várias novas formas, com a arte se passa o mesmo. Aparece recuperando uma função pública e política, projetando o seu que fazer com o contato direto cidadão ao intervir na cidade a partir da arte.
João Fernandes é artista, gestor cultural e professor dos cursos de Graduação em Dança e em Teatro da UEA, onde já exerceu a função de Coordenador Pedagógico do Curso de Dança e integrou a equipe da criação do Curso de Teatro. É Gestor Cultural com formação pela Universidade Cândido Mendes, Técnico em Artes Cênicas pela Universidade federal do Ceará (UFC), graduado em Dança pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Mestre em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas.
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