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Francis Madson
O ciberespaço “é o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. Pierre Levy, Cibercultura.
O escritor Willian Gibson, norte americano, escritor do Romance de ficção científica Neuromance, em 1984, foi o primeiro a empregar a palavra ciberespaço para designar um universo banhando pelas informações e redes de comunicação.
Temos autores da importância de Pierre Levy [1], Diana Domingues [2] e Lucia Santaella [3], discurtindo largamente o tema. Apesar dos estudos científicos, filosóficos, sociológicos e culturais sobre ciberespaço, não há quem retire um extrato firme desse conceito. Por que essa imprecisão? Podemos discutir os inúmeros modos de comunicações e interações via ciberespaço. O simples acesso a um personal computer até informações políticas ligadas ao governo em Tóquio são possibilidades que o espaço virtual de troca de informações nos possibilita. Através dessas unidades codificadas e decodificadas em bits trocam-se informações de todas as partes do mundo. Não há mais fronteiras, impossibilidades e barreiras culturais. As linguagens, as culturas e as identidades são realocadas e codificadas através dos softwares e programas desenvolvidos pelos cientistas da computação. As diferenças são dizimadas pelo esperanto ocasionado por esses processos criados para comunicação no ciberespaço. O que isso pode ocasionar? Bem, poderia ser extremamente apocaliptico, como alguns autores expressam, mas digo que a medida dessa informação ainda está por vir.
Ao acessarmos o ciberespaço, criamos novas possibilidades de comunicação, de trocas de informações e de perspectivas. Não é um viés unilateral, porque NÓS como participantes corroboramos ativamente para o processo de construção dessa ilhas de informações, nesse universo sem contorno que é o ciberespaço. E, ao mesmo tempo, o alimentamos com as informações através de recursos próprios. Nesse transito somos afetados também por outras ilhas de conteúdo “n” de dimensão, com “n” de conteúdo e “n” de informações. Pode-se dizer, também, que através do ciberespaço criam-se novas relaçoes humanas.
As trocas são tão fluidas e dinâmicas que criamos um hipercortex, hipercorpo, hipercultura, hiperpalco, hiperhumano, hiperlinguagem etc. Outrora, discurtiremos cada conceito. Talvez, poderemos falar sobre hipercorpo e hipercortex quando o assunto for O CORPO. Entretanto, os valores ou não valores impregnados dentro do ciberespaço enquando unidade de discurso para compreensão da comunicação travará uma nova ressignifação do ser humano e de todas as suas faculdades que só poderá ser medida nas cinco primeiras décadas do século XXI.
O ciberespaço é criado pelo próprio homem e, como todo objeto criado, o modificará. Mas como analisar esse universo poroso e sem medida? Quais são os critérios? Necessitaremos de uma ciberdemocracia para surfar nesse espaço? E as questoes éticas, politicas e econômicas? E as linguagens? E o corpo? E o tempo-espaço?
Francis Madson é ator, performer, artista de dança, dramturgo e diretor.
Notas de Rodapé:
[1] O filósofo Pierre Lévy é professor da Universidade de Paris VIII, Departamento de hipermídia. Publicou, entre outros, As tecnologias da Inteligência, 1990 e O que é Virtual?, 1995.
[2] Diana Domingues é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e pós-doutora pela ATI – Université Paris VIII. Atua como artista, é professora da Universidade de Caxias do Sul, pesquisadora Nível 1B CNPq e coordenadora do Grupo de Pesquisa Artecno no Laboratório de Pesquisa Novas Tecnologias nas Artes Visuais.
[3] Lucia Santaella é professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC – SP. Doutora em Teória Literária pela PUC- SP e livre docente em Ciências da Comunicação pela USP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica.
Comment
Madison, tu ia se dar bem no curso de Comunicação na Ufam… termina logo do curso de dança!